Um pouco sobre Marcella Reis Ludovico de Almeida

Me chamo Marcella Reis Ludovico de Almeida, nasci em Goiânia capital de Goiás em agosto de 1986 e vivi aqui a minha vida inteira. Quando nasci, meu avô materno escolheu meu nome, onde viu escrito num muro a caminho da maternidade: Marcella. Meus avós maternos e paternos sempre representaram inspiração de vida para mim. São meus padrinhos, meu avô paterno Francisco Ludovico de Almeida Neto e minha avó materna Nagibe Elias de Souza Reis, cujos quais, espelho meus passos. Não sendo diferentes dos passos que pretendo seguir de meu avô materno Hugo Reis e avó paterna Adelina França de Almeida. Essas 4 pessoas, sempre me deram força e incentivaram nos momentos mais difíceis, me ensinando lições para a vida toda!  Meus pais Maysa Reis e Luiz Antônio Ludovico de Almeida mantiveram o casamento por mais 2 anos após meu nascimento...
  Sou agradecida a Deus pelos meus 04 irmãos: Luiz Antônio Filho, Renato, Pabline e Diogo.
  Aos 02 anos de idade, minha mãe já observava em mim, pescoço mole e caminhar nas pontas dos pés.
Esses sintomas foram aumentando a outros mais com o passar do tempo, e meu padrinho/avô Francisco, médico, disse que eu precisaria ir à São Paulo para maiores investigações do caso, já que a medicina lá é mais avançada e direcionada. Meu primeiro diagnóstico foi errado, me dando um tempo de vida muito curto, onde causou enorme tristeza em meus familiares, mas em minha mãe, me lembro mais claramente da sensação dessa tristeza. Posteriormente, fomos à USP para a confirmação ou não do diagnóstico, onde fomos recebidos pela conceituada cientista Dra. Mayana Zatz. Ela nos deu maiores esperanças, dizendo se tratar sim uma Distrofia Muscular, mas outro tipo, cuja espectativa de vida é maior e com perdas das funções motoras, respiratórias e cardíacas de forma mais lenta. Provável diagnóstico em Distrofia Muscular do tipo de Cinturas. Faço acompanhamento na USP até hoje, no Genoma Humano, onde sou acompanhada pela querida Dra. Ana Lúcia Langer (atualmente ela não atende mais no Genoma Humano) profissional que abraça as causas de seus pacientes, os dá carinho , conforta e dá esperança , de que dias melhores virão... A cura pode estar a caminho... 
  Cresci, tomei gosto pela vida e pelas coisas boas que ela nos proporciona! Dificuldades enfrento todos os dias, fui perdendo os movimentos aos poucos, com 18 anos comecei a usar cadeira de rodas para distâncias mais longas e desde os 24 anos de idade, a cadeira de rodas, representa o meu ir e vir. Por acometer os músculos (em resumo: fraquezas musculares) desde o pescoço até os membros inferiores, a cadeira de rodas motorizada é ótima!
Aos 17 anos entrei para o curso de Biomedicina, cujo qual cursei por 02 anos e meio. Fiz a transferência de curso para Psicologia, passei na prova de transferência, mas não cheguei a cursar nenhum período, pois tranquei o mesmo para me dedicar mais aos tratamentos físicos.
  Aos 24 anos, junto com a ída definitiva para a cadeira de rodas, veio a vontade de fotografar e desfilar. Passei no teste de uma agência, fiz o book, mas não consegui oportunidades de trabalho na mesma. Ao ver que uma também cadeirante se tornou Miss Universo cadeirante, a vontade de progredir aflora cada vez mais... Através da Página Amor Sem Preconceito no Facebook, me inscrevi numa bela iniciativa de um concurso para eleger a Miss Sem Preconceito. A primeira fase acabou e passei! Graças aos votos dos que acreditaram em mim, sou uma das 03 finalistas para a grande final! E conto mais uma vez com os votos das pessoas que acreditam em meu potencial, pois só preciso dessa chance para quem sabe, alavancar outras mais, sonhar mais... Miss Brasil, Miss Universo talvez... Não sei, os votos e o tempo dirão... 
  E eu vou ficando por aqui, desenvolvendo o meu plano B de vida: superar as dificuldades encontradas e enfrentadas a cada dia. Com minha família e amigos, isso se torna mais fácil, me incentivam e dão carinho. Vivo nessa realidade onde constantemente se contrasta com os sonhos de cura, que é o meu plano A.
  
À minha família e amigos, o meu mais profundo agradecimento e carinho...

Marcella Reis Ludovico de Almeida.

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